A mielomeningocele (MMC) é um defeito na formação da coluna vertebral e da medula espinhal, resultando em uma falha no fechamento das vértebras. Segundo a Sociedade Brasileira de Neurologia Pediatria (SBNP), estima-se que a prevalência no Brasil seja de 1,4 acometidos a cada 10 mil nascimentos.
Se não for oportunamente tratada, as consequências para o desenvolvimento neurológico do bebê se agravam, provocando uma série de dificuldades funcionais. Neste artigo, abordamos os principais aspectos a respeito e mostramos como a Materno Fetal pode ajudar. Confira!
O que é mielomeningocele?
A mielomeningocele é um defeito congênito do tubo neural, ocorrido nas primeiras semanas de gestação. Trata-se de um disrafismo aberto, no qual o feto apresenta uma abertura nas vértebras, geralmente, localizada na região lombar ou sacral, com a exposição de raízes nervosas.
Quais são as suas causas?
As causas da mielomeningocele são multifatoriais. O problema resulta de uma combinação de fatores de risco genéticos, ambientais e nutricionais. Entre os fatores de risco não-genéticos, passíveis de serem controlados, destacam-se:
- a deficiência de ácido fólico (nutriente essencial para a formação do embrião);
- o uso de medicamentos anticonvulsivantes (os quais interferem no metabolismo do ácido fólico);
- a presença de comorbidades materna (diabetes e obesidade).
Para prevenir o problema, recomenda-se a suplementação com ácido fólico por, pelo menos, 3 meses antes de engravidar. Em caso de mulheres com risco aumentado, indica-se a administração diária e com aumento da dose no planejamento gestacional. Entretanto, é preciso esclarecer que a mielomeningocele pode ocorrer mesmo com esse cuidado.
Como é realizado o diagnóstico?
O rastreamento precoce da mielomeningocele ocorre na ultrassonografia do primeiro trimestre, realizada entre a 11ª e a 14ª semana gestacional. Além de revelar o defeito espinhal, o ultrassom ainda mostra características específicas do cérebro do feto com essa condição. Caso seja necessária uma avaliação mais detalhada do sistema nervoso do feto, o médico reavalia com 16 semanas.
Quais são as consequências do problema?
A mielomeningocele pode provocar uma série de complicações no bebê. As principais são:
- hidrocefalia (acúmulo de líquido no interior do cérebro, levando ao aumento do perímetro cefálico e à hipertensão intracraniana, o que afeta o desenvolvimento neurológico, comprometendo a capacidade de comunicação e aprendizagem);
- distúrbios motores (como a dificuldade para andar);
- dificuldade de controle urinário e alterações esfincterianas (como bexiga neurogênica, infecções urinárias de repetição, entre outras);
- alterações intestinais (incontinência ou constipação);
- deformidades ortopédicas (como escoliose, luxação de quadril e pés tortos);
- malformação de Chiari tipo 2 (protusão do cerebelo, devido ao deslocamento do SNC para baixo, o que pode provocar disfunções respiratórias e de deglutição).
Os tipos e graus das sequelas variam conforme o tamanho e a localização da lesão. De maneira geral, quanto mais alto seu posicionamento na coluna vertebral, mais expressivas são as complicações.
Como é o tratamento durante a gestação?
A mielomeningocele pode ser tratada ainda durante a gestação ou após o nascimento. No caso do tratamento cirúrgico intrauterino, realiza-se a reconstrução dos planos e a liberação do tecido neural.
O procedimento tem como objetivo a prevenção de infecções no sistema nervoso central e a manutenção das funções neurológicas. Dessa forma, pode ocorrer entre a 19ª e 26ª semana de gestação, ou um pouco mais tarde, a depender da técnica.
Durante a cirurgia fetal para mielomeningocele, o cirurgião obstetra realiza uma incisão no abdômen e no útero, para ter acesso ao bebê sem retirá-lo. Depois, o defeito é corrigido pelo neurocirurgião da equipe.
Além da cirurgia aberta, também existe a técnica endoscópica (minimamente invasiva). A operação intrauterina por fetoscopia, no entanto, é realizada mais tardiamente.
Vale destacar que, além de corrigir o problema antes do nascimento, a cirurgia fetal reduz a incidência de malformação de Chiari II e de hidrocefalia, bem como suas consequências para o desenvolvimento neurológico. Em contrapartida, há o aumento do risco de parto prematuro.
Como o acompanhamento especializado pode ajudar?
Contar com um especialista em Medicina Fetal é importante tanto para o diagnóstico preciso dessa condição, como para o acompanhamento e tratamento intrauterino. Na Materno Fetal, temos toda a infraestrutura necessária, bem como um corpo clínico altamente qualificado, para lidar com o pré-natal de fetos com mielomeningocele, em parceria com Dr Fabio Peralta, um dos maiores especialistas do mundo neste assunto.
Quer conversar a respeito? Agende sua consulta e faça uma avaliação individualizada.
Deseja se manter bem informado sobre a área de Medicina Fetal? Então, siga nossas páginas no Facebook e Instagram!